Para combater a alta nos preços, governo retoma armazenamento de alimentosCopiei do site do DCM. Na publicação original tem um vídeo do Edegar Preto (publicado no ex-twitter) explicando alguma coisa, mas não tive paciência de assistir os três minutos de vídeo, nem tentei colocar ele aqui.O Brasil vive uma grande transformação na gestão de seus estoques públicos de produtos agrícolas. Em uma ação estratégica para melhorar a segurança alimentar e a estabilidade dos preços, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmaram uma parceria que visa modernizar e ampliar a capacidade de armazenamento agrícola do país.
No dia 12 de fevereiro de 2025, a Conab e o BNDES oficializaram um contrato de prestação de serviços especializados para aumentar a capacidade de armazenamento da Conab, que atualmente conta com uma capacidade estática de 1,66 milhão de toneladas e uma capacidade operacional de 900 mil toneladas. A meta da parceria é aumentar a capacidade de armazenamento em 33% com a recuperação de imóveis subutilizados, trazendo mais eficiência para a gestão dos estoques públicos.
A principal estratégia adotada pela parceria envolve a alienação ou concessão de imóveis da Conab, que estão atualmente desativados ou com baixo uso. Esses imóveis, localizados em áreas urbanas e sem capacidade operacional para armazenagem, serão oferecidos a agentes públicos e privados.
Em contrapartida, os novos adquirentes ou concessionários deverão investir na reforma e modernização dos armazéns, utilizando recursos diretamente na melhoria da infraestrutura, o que traz maior eficiência e transparência no processo. A primeira fase da iniciativa envolve a alienação ou concessão de diversos imóveis, incluindo armazéns desativados em estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Esses bens estão avaliados em aproximadamente R$ 175 milhões, mas geram custos anuais de manutenção que somam cerca de R$ 8 milhões. A expectativa é que, após as reformas, a capacidade operacional de armazenamento aumente para 1,2 milhão de toneladas.
Em 2024, a Conab investiu R$ 14 milhões na recuperação de armazéns, com um investimento de R$ 75 milhões previsto para 2025. Parte desse valor virá de parcerias com empresas como a Itaipu Binacional. A ampliação da capacidade de armazenamento tem o objetivo de aumentar a disponibilidade de produtos essenciais, como trigo, milho e arroz, garantindo a estabilidade de preços e a segurança alimentar no país.
Atualmente, a Conab opera 64 unidades de armazenamento, sendo que 27 delas foram fechadas durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Além dos armazéns próprios, a companhia também conta com 75 unidades credenciadas que somam uma capacidade de 5 milhões de toneladas.
A infraestrutura de armazenamento é fundamental para garantir que os preços dos alimentos sejam estáveis e para garantir que os produtos estejam disponíveis em regiões necessitadas. A manutenção dos estoques públicos é crucial para garantir que o mercado de alimentos permaneça equilibrado, especialmente durante períodos de escassez.
Atualmente, a Conab ocupa cerca de 200 milhões de toneladas de sua capacidade com estoques de trigo, enquanto o restante é destinado a armazenagem de cestas básicas e outros produtos essenciais. O fortalecimento dessa infraestrutura será fundamental para garantir a estabilidade econômica do Brasil nos próximos anos.
A parceria entre a Conab e o BNDES faz parte de uma estratégia mais ampla do governo federal para ampliar os estoques públicos de produtos agrícolas e aumentar a capacidade de armazenamento do país, que atualmente é de 210 milhões de toneladas. A expectativa é de que, até o final de 2026, o Brasil possa dobrar sua capacidade de estocagem, garantindo não só a segurança alimentar, mas também a eficiência na gestão dos recursos públicos.